Editorial - Realidade que se parece com a ficção

Por Portal Opinião Pública 15/05/2025 - 11:59 hs
Foto: Freepik.com / Reprodução

Um advogado foi preso em Niterói acusado de furtar oito relógios, avaliados em R$ 80 mil, de um morador de um apart-hotel da cidade. Uma notícia que é, até certo ponto, normal como tantas outras envolvendo esse tipo de crime. Porém, esse caso tem um detalhe incomum: o criminoso realizou o furto vestindo uma máscara realista, no intuito de não ser facilmente identificado.

Usando a máscara que lhe mudou completamente a fisionomia (deixando-o inclusive careca) e utilizando terno, gravata, óculos escuros e luvas, o ladrão fez tudo o que estava ao seu alcance para não ser identificado pelas câmeras de segurança, em uma cena que parecia ter saído direto de um filme de Hollywood. O caso – ocorrido em fevereiro - acabou sendo solucionado pela polícia recentemente, mas mostra que estamos seguindo em um caminho perigoso, onde é cada vez mais difícil distinguir o que é real e o que não é.

Em uma era onde somos impactados pela tecnologia de uma forma cada vez mais rápida e direta, acabamos ficando à mercê de ações mais e mais elaboradas. Peguemos o exemplo da ascensão da Inteligência Artificial. Se por um lado esses avanços facilitam tarefas do nosso cotidiano, por outro eles permitem que gente mal-intencionada possa tirar proveito de brechas que surjam em sua utilização. Golpes, roubo de dados, espalhamento de “Fake News” e de imagens manipuladas são só algumas das muitas formas de usar tais avanços para tirar proveito de gente inocente.

E o mesmo vale para a tecnologia por trás da confecção destas máscaras realistas. Ao mesmo tempo que elas podem ser usadas para a arte ou para diversão, elas também ficam disponíveis para quem quer cometer crimes. Ou seja, não há para onde correr.

A culpa de tudo isso, obviamente, não é dos avanços tecnológicos, que estão aí para facilitar nossas vidas e trazer novas oportunidades, e sim de quem os utilizam para prejudicar alguém. E o que nos resta então é ficar sempre muito atentos para não nos tornarmos as próximas vítimas, ainda que toda atenção pareça ser pouca, no ritmo em que caminhamos.